O Senhor Roubado e o Senhor do Cubo Mágico ficam os dois, por mais alguns meses, votos meus, na mesma larga praça a quem o primeiro dá o nome, e por extensão também apadrinha a nova estação de Metro que lhe dá garantias de perpetuar a fama de triste memória e pior proveito.
Na Regência pós Concelhia de Odivelas, a despida praça já foi senhora de grandes projectos, um dos mais ventilados, um túnel da calçada de Carriche até junto da entrada da ponte da ribeira, com papéis muito realistas e a cores a testar a vontade inabalável e realista de obra quase feita pelos políticos e decisores à época.
Segundo sei, foi o Metro quem tratou do embelezamento actual par dar um ar simpático à envolvente da sua magnífica obra de engenharia, justo mérito lhe era devido, diga-se em boa verdade.
Gastou o Metro mais uns trocos e a coisa escapou ás merecidas críticas do gritante contraste entre um símbolo do desenvolvimento e um aterro manhoso que, durante muito tempo e com a desculpa da tal obra, se foi mantendo, a realidade era bem outra (já não havia dinheiro para mandar cantar ninguém).
O progresso vai passando, o certo é que o pobre do Senhor Roubado (O Monumento não o Santo), fica cada vez mais enterrado, logo, menos visível e lugar de abrigo e depósito de sujidades várias.
Ora bem, é aqui que entra o Senhor do Cubo Mágico, como ainda não é Santo, mas já lhe são atribuídos alguns verdadeiros “milagre-zinhos”. Como aquele do milagre da multiplicação de empresas e de administradores para estar mais confortado com o espírito da Lei.
Sem rezas nem mesinhas, tarefa realizada antes do prazo (revela que não brinca em serviço) e diante de todo o mundo, Vereação Camarária, Assembleia Municipal, sociedade civil etc.
Mesmo que algum Juiz (de Direito) mais invejoso se meta no assunto e lhe queira trocar as voltas, confiamos nos seus superiores talentos e força anímica com que faz tudo em que se empenha, e é seu apanágio, (hábito para os menos letrados que eventualmente passem os olhos por este simples pedido) mande que desenterrem o pobre do seu infeliz vizinho, seguramente que este em seu eterno descanso o protegerá com o poder da sua santidade, caso os poderes terrenos, ou a sua Santa Padroeira se revelarem injustos para com sua douta pessoa.
Para reforçar a sua argumentação, permita-me o descaramento de lhe fazer uma sugestão, leia “O SENHOR ROUBADO A INQUISIÇÃO E A QUESTÃO JUDAICA” de Jorge Martins.