Aspirina B
Posted: 31 May 2008 10:27 AM CDT
As eleições do PSD são a agonia de uma geração, de uma classe e de uma forma de fazer política.
A geração é a que tem governado o Estado, a classe é a que dirige e milita nos partidos. Desde o 25 de Abril, esta elite apodrece sem arrependimento na cadeira — uma parte deles está há muito afastada, de bandulho empanturrado e trôpegos, outra parte recusa-se a cair.
E mesmo que nada mude a seguir no futuro próximo, que se repitam os modelos e os processos, os motivos e as intenções, agora já se sabe, agora está claro, nu: as maiores figuras do sistema político são directos responsáveis, ou cobardes cúmplices, por 30 anos perdidos para a cidadania, a democracia e a liberdade; ou seja, 30 anos de estagnação e marasmo cívico.
O que mudou foi só por obra do tempo e das circunstâncias inevitáveis, aquilo que teria de mudar para que a lógica do Poder se mantivesse.
Nada nasceu das vontades, a não ser os projectos pessoais de conquista.
E assim se constata como o salazarismo, que moldava por simetria até a sua própria oposição, apenas conheceu alteração de chefias políticas. Iniciou a troca de pele ao longo do marcelismo e concluiu a metamorfose com a Revolução.
Conseguiu permanecer como axiologia uniformizadora da política, sociologia, economia e psique nacionais até 2004, altura em que se atinge a miséria moral com a saída de Barroso e o abandono do País à incompetência e irresponsabilidade de Santana. Não por acaso, é também o ano do Portugal Hoje — O Medo de Existir, finalmente o diagnóstico que permitia ter consciência da gravidade e alcance da doença.
É de não perder. atenção o artigo continua mais à frente no mesmo bloge.
por Valupin
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