quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Presidente revela quebra inesperada de receitas

Câmara de Odivelas não sabe onde pode cortar mais as despesas
28.10.2008 - 12h10 Lusa
A presidente da Câmara de Odivelas, Susana Amador, revelou à Lusa que a autarquia registou durante este ano uma quebra inesperada nas receitas e que pretende cortar todos os gastos supérfluos dentro da estrutura camarária.

Susana Amador (PS), explicou que “o facto de o país estar a viver um ciclo económico de recessão está a obrigar a autarquia a entrar em contenção de despesas, tendo existido já reestruturações dentro da própria Câmara Municipal”, sendo, no entanto, consideradas “ainda insuficientes”.

“Já emiti um despacho a informar que precisamos de cortar todas as despesas supérfluas, mas o problema é que não sabemos onde podemos emagrecer mais”, sublinhou a autarca, que, além de ter feito cortes na frota e nos recursos humanos, também terminou com as horas extraordinárias, mantendo neste momento “apenas os serviços essenciais como a protecção civil, a fiscalização e os transportes de pessoas com deficiência”.

“Só no primeiro trimestre de 2008 gastámos tanto como o tínhamos feito durante ano inteiro de 2007. Isso obrigou-me a ter de pôr algum travão na euforia”, justificou a autarca que pretende evitar que haja “um excesso de endividamento da câmara”.

“Arrumar a casa”

“Neste momento é necessário arrumar a casa e equilibrar as contas”, realçou.

A responsável municipal referiu ainda que a autarquia, a que preside, gasta anualmente 22 milhões de euros com o quadro de pessoal, isto apesar de outras autarquias que têm o mesmo número de funcionários gastarem apenas entre 12 e 15 milhões de euros.

“O facto de passarmos de uma situação em que tínhamos um quadro de pessoal que era na sua maioria constituído por assistentes administrativos para um altamente qualificado faz com que tenhamos de atribuir salários mais altos”, explicou.

Apesar da implantação desta politica de contenção, Susana Amador garantiu que “os concursos internos de progressão das carreiras vão continuar, para manter “os funcionários estimulados”.