sábado, 31 de outubro de 2009

Corrupção: acordem, acordem! E recordem...



http://tempoquepassa.blogspot.com

A corrupção significa compra do poder. Onde há quem esteja disponível para a venda e quem o queira comprar. A única forma de a vencermos está em deixarmos de reduzir o poder político a uma coisa que se conquista. O poder tem que ser visto como relação. Desde logo com um sistema de valores, comunitariamente assumido.

Se a partidocracia se desleixar, ela pode tornar-se na pior adversária da democracia. Se as areias movediças deglutirem o sistema, pouca diferença faz. O pior será se ameaçarem o regime. Governo e oposição, parlamento e presidente, todos, têm o dever de cumprir a respectiva missão. Doa a quem doer. Ainda estão a tempo! Acordem! E recordem Alves dos Reis...

Rede, "connection" e, consequentemente, desconfiança pública face ao aparelhismo directo e indirecto do estadão não podem continuar a disfarçar-se. PS, PSD, CDS, PCP e BE, com a colaboração de Belém e de São Bento, deveriam dar sinais inequívocos de justiça sem justicialismo e de moral pública sem choradinhos moralistas. Basta o sincero arrependimento.
Certa rapaziada da política e do negocismo ainda não compreendeu uma coisa óbvia: os valores que hão-de imperar são precisamente aqueles que o homem comum tem nas suas simples relações interpessoais e familiares. A moral é só uma. A que os vai vencer em autenticidade. Aquela que os maquiavélicos dizem ser da política, do ter razão quem vence, é amoral ou imoral.

domingo, 25 de outubro de 2009

A esperteza rafeira é a última palavra da inteligência política

António Barreto, no Público de 24 de Outubro de 2009.

Referia-se aos políticos de baixa estatura que pouco se importam com os problemas do país, e se desse facto tinham verdadeira consciência.

Na nossa aldeia os problemas políticos locais têm a dimensão dos actores de província, mais pacóvios e sedentos, com manha e ambição à altura da gente crescida, é por isso que esta frase, que serve de título a este texto, se lhes aplica na perfeição.

As tiradas da candidata do PS no momento da vitória eleitoral, quando afirmou que “esta vitória não era do partido nem sua, mas sim do povo do concelho”, revelou a demagogia profunda de quem pretende uma ligação directa com o eleitorado, uma fusão entre entidades superiores. Está na moda os seres iluminados e predestinados, os guias para a salvação.

Descendo à terra, mais propriamente esta nossa de políticos mesquinhos e bacocos, local de morada de centena e muitos milhares de almas, que acreditam que os negócios políticos da autarquia estão em boas mãos. Analisando o que os jornais locais veiculam, nada de muito claro e digno se trama à esquerda e à direita, vamos por partes.

Pelo lado do candidato da coligação Hernâni Carvalho mais parece que este está pregando no deserto dentro da sua coligação, um fim de festa nada digno, parece que as tropas regressaram ao regaço do antigo “dinossauro” Fernando Ferreira, de regresso ao lar após a expedição falhada às altas andanças da política nacional partidária.

Só este é o negociador macio e conhecedor dos truques da casa, um verdadeiro triunfo se avizinha, uma vaga de fundo que veio para ficar, querem de volta o “querido” PSD que o malandro do Sr. Candidato da defunta coligação tão mal tratou. “Um acordo rápido chefe, pois os socialistas, perdão, a senhora presidente, está “agitando” os comunas só para nos fazer medo”.

Antes das eleições era meu desejo a vitória do meu vizinho Ilídio Ferreira da CDU, ganhava para todos nós a segurança dos destinos da nossa câmara municipal, era a situação mais desejada para mim, sem reserva mental, e ainda hoje tento fazer compreender a algumas cabecinhas porque razão perdeu umas eleições tecnicamente ganhas.

Não tenho dúvidas do que diz o Ilídio quando afirma “A CDU continua a ser uma força política importante para a vida do concelho” e é esse o seu grande erro, não existe a CDU mas sim o Ilídio Ferreira, e porque assim não entendeu, perdeu, tenho pena. A sua nobreza de carácter não lhe permite sair de cena sem “tratar” do último assunto pendente, tarefa a meu ver inglória, como se verá.

domingo, 18 de outubro de 2009

Venceu a manha, parabéns.


A vida é feita de sorte.

Para uns, para outros nem tanto, a verdade está no dito americano que afirma “trabalha que Deus ajuda”.

Foi o que fez José Sócrates, ao ver como as coisas do lado das oposições se desenrolavam. Nada de especial havia no horizonte, tentou, e ganhou.
Se as eleições para a Europa foram um desastre, uma espécie de aviso, muito bem, “vamos lá vender a pele do urso ao preço mais caro”, terás seguramente pensado.

Saiu-te a sorte grande com a Manuela do PSD, um verdadeiro maná para quem tinha uma sede do tamanho do mundo.

O sr.prof. do BE não esperava aquela das deduções fiscais, que qual guilhotina da revolução francesa se despenhou nas goelas da rapaziada da classe média.

O PC escondido atrás do avô credível e maternal para as criancinhas, procurando uma linha ideológica dos afectos? Não deu. O povo é muito mais sábio, não come beijinhos.

O Portas, e seus “submarinos”, estavam no papo de avanço, eram e são favas contadas.

Ganhas as legislativas com uma vitória para ti e para o PS ao melhor estilo de Pirro, só te sobra tralha, nada que um bom cozido e um tinto à portuguesa não afoguem.

Reciclas os ministros pescados aqui e ali, dá-lhes uma patine de legitimidade partidária e política colocando-os nos lugares cimeiros das listas a deputados e pronto.

De uma cajadada, uns terão emprego nos bancos do parlamento, outros, poucos seguramente, regressarão às lides da governação. Uns quantos só de passagem que a vida não se ganha aí, e os frutos são melhor colhidos na árvore e nunca caídos no chão.

A reboque de ti meu caro José Sócrates, o povo foi atrás do poder e votou numa seita que anda por ai nalgumas câmaras municipais como sobas em miséria africana, e que estava destinada a ir bater a outras portas.

Ganhaste também câmaras para uns aflitos de última hora, dando-lhes como que uma bênção. Não resultou em todas, mas deste o melhor de ti, mesmo a quem não te merecia.

Enfim, o país é todo teu.

Mas espera, esta história ainda não está acabada.

O que falta?

Um fim feliz para ti.

As pessoas normais já têm uma vida triste que chegue. Sem ti, dirás, seria muito pior.

É o que falta provar.

domingo, 11 de outubro de 2009

UMA SOCIEDADE LIBERAL E NÃO UTÓPICA

(Um pequeno excerto analítico da obra de Jonh Rawls “Uma Teoria de Justiça”)

Um parágrafo é dedicado em exclusivo ao princípio aristotélico (§65) que é resumido da seguinte forma: em igualdade de circunstâncias, os seres humanos retiram prazer do exercício das suas capacidades à medida que as capacidades são realizadas, ou à medida que aumenta a sua complexidade.

O princípio aristotélico é um princípio relativo à motivação, à medida que testemunhamos o exercício pelos outros das suas capacidades devidamente treinadas, essa demonstração dá-nos prazer e provoca o desejo de que deveríamos nós próprios ser capazes de fazer o mesmo. Queremos imitar aquelas pessoas que conseguem exercer as capacidades que descobrimos estarem latentes na nossa natureza.

Podemos afirmar que a dimensão da nossa aprendizagem e a importância que damos à educação das nossas capacidades inatas dependem destas capacidades e da dificuldade do esforço que é necessário para as desenvolver.

Um projecto racional, limitado como sempre pelos princípios do justo, permite a realização do indivíduo, tanto quanto as circunstâncias o consentem, bem como, tanto quanto for possível, o exercício das suas capacidades.

Rawls fecha esta parte concluindo: dado que estes princípios se ligam ao bem primário do respeito próprio, eles acabam por ter uma posição central na psicologia moral que subjaz à teoria da justiça como equidade.

Por fim propõe uma teoria ampla que nos permite distinguir diferentes tipos de valor moral, bem como a sua respectiva ausência, considera que assim podemos classificar o homem justo, o homem mau e o homem perverso.

Há quem, o homem injusto é um deles, procure a obtenção de um poder excessivo, isto é, de uma autoridade sobre os outros que vai além daquilo que é permitido pelos princípios da justiça e que pode ser exercida de forma arbitrária.

O homem mau deseja obter poder arbitrário porque tem prazer com o sentido da importância que o seu exercício lhe dá, e pretende obter prestígio social.

O homem perverso pelo seu lado, aspira à obtenção de um domínio injusto, precisamente porque tal domínio viola aquilo com que os sujeitos independentes concordariam numa posição original de igualdade. O que move o homem perverso é o amor da injustiça: tem prazer com a impotência e a humilhação daqueles que lhe estão submetidos e fica satisfeito quando é por eles reconhecido como o autor voluntário da sua degradação.

Quando a teoria da justiça é reunida à teoria do bem, forma aquilo a que Rawls nomeia a teoria ampla.

Estão assim reunidas as mais importantes armas da teoria rawlsseliana que permitem desbravar toda a riqueza da análise com que o autor aborda todos os cantos, mesmo os mais escuros, das características humanas da sua obra repleta de um conhecimento profundo do homem em si, da sua natureza e do seu meio envolvente, e o que a este compete decidir para obter uma sociedade mais justa, tendencialmente igualitária, e onde não sejam reprimidas as características naturais, o conhecimento e o desejo de perfeição. Uma sociedade Liberal e não utópica.

Foi um grato prazer intelectual a leitura da obra deste autor que, em princípio, estaria longe de procurar na perspectiva de encontrar as soluções para um mundo em completa indefinição ideológica e de moral relativizada ao extremo.

Encontrei numa obra de referência. A que voltarei com redobrado prazer.

Lisboa, 11 de Outubro de 2009

Boa viagem. (não é desta)


Sobre a
Crónica Tempestiva
No Diário de Odivelas
Carlos Manuel Castro

Este escrevinhador mais se parece com um disco riscado. Não é em vão, é pago para isso, e os contratos são para se cumprirem. Para as pessoas desprevenidas até pode parecer um verdadeiro e legítimo apaixonado pela obra da Presidente da Câmara.

A realidade é bem outra, e este cavalheiro, se fosse minimamente honesto, devia começar os seus artigos declarando quanto ganha ao serviço desta senhora, e qual é o seu papel na constelação dos dependentes financeiros pagos por todos nós.

Escreve sobre “a grande obra” da senhora presidente, que lhe alimenta o ventre, mas não lhe basta, desqualifica todos os outros candidatos, sem olhar à mais elementar decência ou decoro devido ao respeito a todo e qualquer um, e, em especial, a quem se expõe ao escrutínio eleitoral dando conta das suas convicções para o bem comum da comunidade.

O seu único bem, que tenta canhestramente preservar, não é legítimo como já afirmei, pois está a ser pago por todos nós, e seguramente não deve ter qualquer função digna desse nome nos serviços da câmara, é só mais um dependente da gamela.

Tenha juízo, o fim de festa, de uma forma ou de outra, está mais próximo do que julga.
O seu vómito regular deverá ir para outras paragens. Boa viagem.

Armando Ramalho

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

MATEI AS SAUDADES QUE TINHA

Quinta-feira 8 de Outubro de 2009 pelas oito da noite, no pavilhão municipal do Bairro Olaio, a três dias da votação para as autarquias municipais, estava presente pela primeira vez numa festa de encerramento de campanha eleitoral da CDU.

Não tinha ideia de ser conhecido de tantos comunistas de Odivelas e estranhei que muitos se dignaram cumprimentar-me com expressivo prazer de me verem na sua festa de partilha e de júbilo, como nos casamentos felizes onde todos são família ou aceites como tal.

Não mudei de partido, e creio que todos o sabiam, nem tão pouco alguma vez me passou pela cabeça virar a cara a 35 anos de militância no partido socialista.

Caso o meu estimado vizinho Ilídio Ferreira entretanto, e com a ajuda dos habitantes desta terra, com sete freguesias e com dezenas de milhar de eleitores, não der à candidata a respectiva guia de marcha para outras paragens, não vou fugir a uma boa pega de caras ao bicho mau que dizem andar à solta pelas ruas de Odivelas, mais lá para a frente a pega será consumada e alguém vai sair da praça para curativos profundos.

No caso de ser um comunista a evitar-me trabalhos, fico devedor de mais um combate ganho para a democracia, a juntar ao já vasto rol em vosso favor nesta luta sem fim.

Convite aceite em boa hora, boa festa, melhor companhia, camaradas sem vergonha de o serem, alegria sincera, caras lavadas e honradas, como uma colmeia determinada em que cada um parece ocupar o seu lugar sem reserva mental ou despeito.

Uma certa felicidade estava no ar.

Obrigado Ilídio Ferreira pelo convite, tinha saudades de fazer política com
Gente Séria, solidária, onde a vida corre com normalidade natural com cada um consciente de contribuir para o bem comum.

Tive pena de não poder acompanhar a letra do vosso Hino, não seria digno nem justo se não confessasse que fiquei comovido pelo sentimento que se desprendia das vozes marteladas pela convicção e um sentir de alma bem profundo.

Matei saudades da paixão de viver a política como entendo que deve ser vivida.

Que ganhe, são os votos de um socialista que faz o que pode por Odivelas, pela democracia e pela liberdade.

Armando Ramalho


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Autárquicas ou agências de promoção imobiliária?

Ontem, fui, de fugida, a um dos palácios da cabeça de um reino que já não há, mas que ainda pensa ser capital e corte. Todos discutiam, nos seus passos perdidos, que o ministros seriam Luís ou Jaquim, devido à doença secreta do Trajano. Confirma-se que o poder continua a ser conspiração de avós, nascidos na I República, e netos, que brotaram na era dos jotas. A Eslováquia já está à nossa frente!


Gostei dos cartazes autárquicos. Estão cada vez mais parecidos com os das agências de mediação imobiliária, onde o candidato a presidente se veste de promotor da dita, para que os patos bravos continuem a instrumentalizar a política.


Abri o "mail", talvez contaminado, e notei como, por falta de tratamento de resíduos mentais, estávamos todos a ser transformados em cloacas de campanhas negras. Um candidato, agora, é dado como neto do assassino político de um presidente, só porque tem terminação homónima, embora não se importem, e bem, de certa duquesa ser descendente de um dos conspiradores do regicídio.


Como devemos ser todos descendentes de quem fundou o reino há oito séculos e mais de meio, cheguei à conclusão que o mal da endogamia nos transformou em manicómio em autogestão, onde até entregam o microfone da análise a figuras que não reparam que há mais de uma década andam todas a fazer setenta anos todos os dias.


posted by JAM | 10/07/2009 08:56:00 AM
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