domingo, 4 de maio de 2008

O Capuchinho Vermelho foi a Caneças
passar o 25 de Abril


Há muito boas coisas na vida que não se explicam, são o que são, e quando acontecem provocam sempre reacções as mais das vezes opostas, dependem estas, como diria um psicanalista das repressões culturais ou sexuais, como afirmava Freud.

As reacções neuróticas ou histéricas são consequência – segundo o mesmo cientista – de
desejos inconscientes reprimidos, normalmente as fantasias de diversa natureza.

Creio ser uma introdução a propósito e apropriada da paródia e dos personagens que, segundo relatos vários, entrou em cena nas comemorações de Abril nesta pacata aldeia ruralista do nosso concelho.

Posso afirmar e mesmo testemunhar onde for de direito que os distintos presentes à cerimónia com origens partidárias – políticas é outra coisa – as mais diversas, são unânimes em afirmar que: o Capuchinho Vermelho marcou o início do protesto da indignação abandonando a sala como é seu costume quando as coisas não estão de feição. Sendo-lhe prestadas as devidas e solidárias indignações pela afronta aos bons e nobres actos do seu elevado carácter político por indigentes comediantes.

Que a velhinha da história, a Avozinha, foi lesta e protectora quanto baste da sua menina, pagando a conta e as favas se as houver. Para que se quer uma avozinha?

O Lobo Mau, como de costume, escondeu-se atrás da sombra da casa da floresta,
nem o Capuchinho Vermelho lhe pediu explicações ou lhe deu mostra de azedume,
e muito menos a Avozinha se “abriu” num aliviar de culpas, mais do que esparramadas.

Dos jornais, O Vendido de Odivelas, como não lhe tinham dado ordens claras, e como desconheciam o tema, fecharam-se em copas. O dinheiro fresco faz muito jeito à rapaziada, os tempos não permitem aventuras.

O jornal rival, a Ova de Odivelas e o Zé-Marmelo andam ás aranhas, estão atirando
em várias direcções, ora é o preço da coisa (vexame segundo o próprio), ora é o luxo da comezaina, com que a quase sempre ausente Avozinha brindou os distintos comensais.

Na realidade, o Marmelo gostaria era de saber quanto ganha o Zé-Vendido nas suas
elevadas funções de Vendido-Mor.

A Ova de Odivelas permitiu ao ex-Faquir de Odivelas, num rasgo de esclarecida táctica política, um monumental espalhanço ético e não só. Esqueça glórias passadas meu caro, neste xadrez o seu papel é o de torre, o que não é nada de deitar fora, o perigo só existe quando se mexe. Eu bem sei onde quer chegar, não vá por ai.

O Zé Marmelo em “Tutoria” avisa que está alerta com certos figurões que apelida de deputados (quem?) mas delira quando afirma que o povo votou neles e lhes depositou confiança, é um tratado em costumes, mas não contente, o novo Turquemada quer um rigoroso inquérito aos “acontecimentos” de Caneças.

O que acontecerá se não houver inquérito? O que fará o Ova de Odivelas? E se os deputados ofendidos votarem uma proposta de banimento da assembleia cada vez que o cavalheiro apareça?

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