domingo, 25 de outubro de 2009

A esperteza rafeira é a última palavra da inteligência política

António Barreto, no Público de 24 de Outubro de 2009.

Referia-se aos políticos de baixa estatura que pouco se importam com os problemas do país, e se desse facto tinham verdadeira consciência.

Na nossa aldeia os problemas políticos locais têm a dimensão dos actores de província, mais pacóvios e sedentos, com manha e ambição à altura da gente crescida, é por isso que esta frase, que serve de título a este texto, se lhes aplica na perfeição.

As tiradas da candidata do PS no momento da vitória eleitoral, quando afirmou que “esta vitória não era do partido nem sua, mas sim do povo do concelho”, revelou a demagogia profunda de quem pretende uma ligação directa com o eleitorado, uma fusão entre entidades superiores. Está na moda os seres iluminados e predestinados, os guias para a salvação.

Descendo à terra, mais propriamente esta nossa de políticos mesquinhos e bacocos, local de morada de centena e muitos milhares de almas, que acreditam que os negócios políticos da autarquia estão em boas mãos. Analisando o que os jornais locais veiculam, nada de muito claro e digno se trama à esquerda e à direita, vamos por partes.

Pelo lado do candidato da coligação Hernâni Carvalho mais parece que este está pregando no deserto dentro da sua coligação, um fim de festa nada digno, parece que as tropas regressaram ao regaço do antigo “dinossauro” Fernando Ferreira, de regresso ao lar após a expedição falhada às altas andanças da política nacional partidária.

Só este é o negociador macio e conhecedor dos truques da casa, um verdadeiro triunfo se avizinha, uma vaga de fundo que veio para ficar, querem de volta o “querido” PSD que o malandro do Sr. Candidato da defunta coligação tão mal tratou. “Um acordo rápido chefe, pois os socialistas, perdão, a senhora presidente, está “agitando” os comunas só para nos fazer medo”.

Antes das eleições era meu desejo a vitória do meu vizinho Ilídio Ferreira da CDU, ganhava para todos nós a segurança dos destinos da nossa câmara municipal, era a situação mais desejada para mim, sem reserva mental, e ainda hoje tento fazer compreender a algumas cabecinhas porque razão perdeu umas eleições tecnicamente ganhas.

Não tenho dúvidas do que diz o Ilídio quando afirma “A CDU continua a ser uma força política importante para a vida do concelho” e é esse o seu grande erro, não existe a CDU mas sim o Ilídio Ferreira, e porque assim não entendeu, perdeu, tenho pena. A sua nobreza de carácter não lhe permite sair de cena sem “tratar” do último assunto pendente, tarefa a meu ver inglória, como se verá.

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