domingo, 18 de outubro de 2009
Venceu a manha, parabéns.
A vida é feita de sorte.
Para uns, para outros nem tanto, a verdade está no dito americano que afirma “trabalha que Deus ajuda”.
Foi o que fez José Sócrates, ao ver como as coisas do lado das oposições se desenrolavam. Nada de especial havia no horizonte, tentou, e ganhou.
Se as eleições para a Europa foram um desastre, uma espécie de aviso, muito bem, “vamos lá vender a pele do urso ao preço mais caro”, terás seguramente pensado.
Saiu-te a sorte grande com a Manuela do PSD, um verdadeiro maná para quem tinha uma sede do tamanho do mundo.
O sr.prof. do BE não esperava aquela das deduções fiscais, que qual guilhotina da revolução francesa se despenhou nas goelas da rapaziada da classe média.
O PC escondido atrás do avô credível e maternal para as criancinhas, procurando uma linha ideológica dos afectos? Não deu. O povo é muito mais sábio, não come beijinhos.
O Portas, e seus “submarinos”, estavam no papo de avanço, eram e são favas contadas.
Ganhas as legislativas com uma vitória para ti e para o PS ao melhor estilo de Pirro, só te sobra tralha, nada que um bom cozido e um tinto à portuguesa não afoguem.
Reciclas os ministros pescados aqui e ali, dá-lhes uma patine de legitimidade partidária e política colocando-os nos lugares cimeiros das listas a deputados e pronto.
De uma cajadada, uns terão emprego nos bancos do parlamento, outros, poucos seguramente, regressarão às lides da governação. Uns quantos só de passagem que a vida não se ganha aí, e os frutos são melhor colhidos na árvore e nunca caídos no chão.
A reboque de ti meu caro José Sócrates, o povo foi atrás do poder e votou numa seita que anda por ai nalgumas câmaras municipais como sobas em miséria africana, e que estava destinada a ir bater a outras portas.
Ganhaste também câmaras para uns aflitos de última hora, dando-lhes como que uma bênção. Não resultou em todas, mas deste o melhor de ti, mesmo a quem não te merecia.
Enfim, o país é todo teu.
Mas espera, esta história ainda não está acabada.
O que falta?
Um fim feliz para ti.
As pessoas normais já têm uma vida triste que chegue. Sem ti, dirás, seria muito pior.
É o que falta provar.
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